Anteriormente vimos que o Pacto Germano-Soviético celebrado entre soviéticos e alemães foi um duro golpe para os ingleses e franceses, que esperavam um conflito entre os nazistas e os socialistas no leste europeu devido à oposição das ideologias e ao expansionismo do Führer. Hitler e Stalin, porém, quebraram as expectativas e concordaram em invadir a Polônia e reparti-la entre eles.
A Polônia sucumbiu rapidamente graças à estratégia alemã Blitzkrieg (guerra-relâmpago, isto é, um ataque pesado e rápido que envolvia o adversário rapidamente) com apoio da força aérea, a Luftwaffe. Ingleses e franceses formaram o grupo dos Aliados e declararam guerra à Alemanha em 3 de setembro de 1939.
Em um primeiro momento, não houve combates reais, período que ficou chamado Guerra de mentira. Os franceses haviam criado um forte (Linha Maginot, imagem abaixo) ao longo de sua fronteira com a Alemanha, subestimando o rearmamento alemão. O fato é que os generais franceses ainda raciocinavam em termos de Primeira Guerra, em que o conflito foi essencialmente terrestre. Ignoraram completamente os avanços tecnológicos depois disso (a aviação, por exemplo, que tornava uma linha de trincheiras totalmente inútil).
Em 1940, a Alemanha nazista invadiu a Dinamarca e a Noruega. Os Aliados mal tiveram tempo de reagir quando a Alemanha deslanchou uma Blitzkrieg contra a Holanda (rendeu-se em dez dias) e Bélgica (conquistada em duas semanas). O exército inglês, que guardava a fronteira belga, foi prensado contra a costa e obrigado a recuar na Retirada de Dunquerque.
Hitler transformou tanto a Bélgica como a Holanda em bases do exército e da aeronáutica. A Linha Maginot francesa viu seus vizinhos dominados e se dispersou da fronteira com a Alemanha para enfrenta-la em outra frente. Tratava-se, porém, de uma armadilha. Os alemães, então, invadiram o norte do território francês com suas divisões blindadas e as tropas francesas e inglesas, mesmo lutando juntas, não resistiram aos nazistas.
Em 25 de junho de 1940, as tropas de Hitler ocuparam Paris. Todo o norte da França foi ocupado pelos alemães. No sul, estabeleceu-se o regime de Vichy, sob a liderança do Marechal Pétain, que implantou um regime de cunho fascista.
Depois disso, a Alemanha partiu com tudo pra cima da Inglaterra na chamada Batalha da Inglaterra. A Luftwaffe enfrentava a Força Aérea Inglesa (RAF) enquanto realizava uma série de bombardeios a Londres. A Inglaterra, embora sofresse crescentes danos, resistia bravamente.
O leitor atento deve estar se perguntando sobre a Itália. Pois bem, a Itália se declarou neutra logo no início da guerra, mesmo tendo pacto militar com a Alemanha e o Japão (que travava seu próprio conflito na Ásia, como veremos mais pra frente). Os italianos, porém, se animaram com a ofensiva alemã contra a França e declararam guerra aos Aliados pouco antes de Paris ser conquistada.
Mussolini abandonou a neutralidade por causa do interesse em ocupar áreas coloniais na África e nos Bálcãs, o que estendeu a guerra até o Mediterrâneo. A Itália, porém, estava sendo derrotada no Mediterrâneo, na Etiópia, no Egito e ainda se via ameaçada de ser expulsa da Líbia. Pra piorar, fracassou na tentativa de submeter a Grécia a seus domínios.
A Alemanha planejava invadir a Rússia e domina-la antes do inverno chegar, mas se viu obrigada a intervir em favor da Itália criando as operações do Afrika Korps, sob comando do General Rommel, que desembarcou na Líbia para auxiliar os italianos. Em seguida, a Alemanha deslocou uma segunda frente de batalha e conquistou Grécia e Iugoslávia em outra Blitzkrieg. O fato é que o ataque à URSS atrasou em algumas semanas, atraso que se mostrou decisivo em relação ao inverno russo.
No início de 1941, quase a totalidade da Europa ocidental estava sob domínio nazista (mapa acima).
O Presidente Roosevelt, dos Estados Unidos, fez duras declarações contra forças italianas e alemãs e aprovou a Lei de Empréstimo e Arrendamento, que liberava linhas de crédito para suprimento de materiais bélicos aos Aliados e a Carta do Atlântico, que previa a entrada imediata dos Estados Unidos na guerra caso qualquer país americano fosse atacado por uma potência de fora do continente.
Hitler invadiu a União Soviética em meados de 1941 na chamada Operação Barbarossa, quebrando assim o pacto de não-agressão assinado com Stalin e citado no início do texto.
Inicialmente, a Blitzkrieg mostrava-se novamente invencível e os exércitos soviéticos eram seguidamente derrotados. Os soviéticos, então, passaram a usar a estratégia de "terra arrasada": cidades, casas e plantações na rota do ataque alemão deveriam ser destruídas para privar os invasores de seus recursos, a mesma estratégia usada para derrotar Napoleão Bonaparte. O exército alemão motorizado necessitava de estradas de rodagem, postos de abastecimento e oficinas de reparos. A lama do outono e a neve do inverno atrasaram a ofensiva alemã e deram espaço para a reorganização das forças soviéticas, que passaram a oferecer grande resistência.
Assim, a Alemanha não conseguiu conquistar Moscou e foi derrotada na Batalha de Stalingrado, sendo esta a primeira derrota militar do exército de Hitler. Uma nova ofensiva foi realizada em setembro de 1942 e durou até fevereiro de 1943 quando a Alemanha foi novamente derrotada pelas tropas russas com a chegada do inverno. Após a vitória, as tropas soviéticas lentamente retomaram territórios invadidos pelos nazistas, empurrando a Alemanha de volta para suas fronteiras.
Na Ásia, o Japão estava muito encorajado pela conquista da França pelos alemães e iniciou um projeto de expansão muito agressivo, primeiro invadindo a Indochina (possessão francesa) e depois a China.
Os Estados Unidos reagiram, decretando um embargo de matérias-primas essenciais. A pressão norte-americana não desencorajou o Japão, pelo contrário: fez com que aumentassem os conflitos. Em 7 de dezembro de 1941, os aviões japoneses aniquilaram em um ataque-surpresa (há controvérsias) a frota norte-americana em Pearl Harbor, utilizando a estratégia da guerra-relâmpago. Em rápida sucessão, o Japão conquistou Hong Kong, Filipinas, Índias Orientais Holandesas, Malásia, Birmânia, Guam, Ilhas Salomão e Nova Guiné.
No dia seguinte, os EUA já haviam declarado guerra ao Eixo. Começava a Guerra do Pacífico entre Japão e os EUA, com o Japão levando leve vantagem nos primeiros meses. No entanto, a manutenção do controle de várias ilhas espalhadas pelo Pacífico e a resistência chinesa à ocupação dividiu as forças militares japonesas, motivo pelo qual foram derrotadas na Batalha de Midway. A guerra chegava ao fim.
A vitória da URSS sobre a Alemanha no leste e a vitória das tropas inglesas e americanas sobre a Itália (cuja derrota levou a uma guerra civil, a um golpe de Estado e a queda de Mussolini) possibilitaram a abertura de mais uma frente de guerra que libertasse a França das mãos nazistas.
No dia 6 de junho de 1944, data que ficou conhecida como o Dia D, os aliados desembarcaram na Normandia, norte da França. Em Paris, organizou-se um levante contra os alemães que libertou a França, a Bélgica e a maior parte da Holanda, que passaram a empurrar as forças nazistas de volta para o território alemão. O cerco alemão estava fechado e em 30 de abril de 1945, Hitler e sua esposa cometeram suicídio em Berlim.
Porém, o Japão ainda se recusava se render. A população passava fome, a indústria estava paralisada e os recursos bélicos do país destruídos. A resistência japonesa levou os Estados Unidos a temerem uma perda de sangue americano desnecessária.
Usando a justificativa de abreviar guerra, em 6 de agosto os EUA lançaram uma bomba atômica sobre Hiroshima, matando 100 mil pessoas, e três dias depois, outra sobre Nagasaki, que causou a morte de 200 mil pessoas. Em 2 de setembro, a ameaça de bombardeio atômico de Tóquio fez com que o Japão finalmente se rendesse.
>> Próxima postagem: Legado da Segunda Guerra Mundial
Então foi por causa do idiota do Mussolini que Hitler perdeu a guerra???
ResponderExcluirSim e não, Nicodemos! A Itália sem sombra de dúvidas teve participação fundamental na guerra, mas em outros momentos mais atrapalhou que ajudou. A derrota de Hitler foi uma consequência da pressa em atacar a URSS (mesmo no período do inverno) e da entrada dos EUA na guerra a favor dos Aliados, resultando no tão famoso dia D. Te desejo um feliz ano novo, abraços!
Excluir