Pesquisar

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Regimes Totalitários: Nazifascismo


A seguir, algumas características ideológicas inerentes ao regimes totalitários que surgiram na Europa durante o Período Entreguerras (1918-1939):

a) Totalitarismo: Total poder ao Estado, autoritarismo inquestionável. A ideia de que nada deve existir acima do Estado, fora do Estado ou contra o Estado.

b) Culto à personalidade do líder: O líder se confundia com o próprio Estado e deveria ser louvado. Mussolini, por exemplo, era chamado de Duce, que significa o condutor, aquele que sabe aonde está indo.

c) Ultranacionalismo: Valorização (acima do normal) da pátria. Mussolini seduzia os italianos resgatando o passado glorioso do Império Romano, dizendo a eles que ainda eram aquele povo glorioso que no passado dominou a Europa. No caso da Alemanha, a redenção na Primeira Guerra Mundial e o humilhante Tratado de Versalhes entravam em choque com os ideais do führer Hitler, que afirmava que os alemães eram gloriosos, uma raça superior às outras.

d) Expansionismo/Militarismo: A intenção de colocar a guerra como algo positivo, a expansão como a solução para os problemas.

e) Partido Único: Antidemocracia e antipluripartidarismo.

f) Antiliberalismo: O liberalismo econômico entrou em crise após a Crise de 1929.

g) Anticomunismo: Com a crise econômica da Europa após o término da Primeira Guerra, havia espaço para as ideias socialistas, que ganhavam força com a Revolução Socialista na Rússia, que já era grande, a URSS era maior ainda. O Nazifascismo então serviu como muro de contenção ao comunismo.



O Fascismo surgiu na Itália, país que havia experimentado um enorme sentimento de frustração ao término da guerra, já que sua região Nordeste fora devastada, sua economia havia se desorganizado, a inflação e o desemprego subiram e, como consequência, revoltas sociais sacudiram o país.

O maior medo da burguesia italiana era que a Revolução Bolchevique chegasse ao país, afinal, a implantação do Socialismo não interessa às classes econômicas e donas dos meios de produção. Como o governo da época se mostrava incapaz de dar uma resposta às insatisfações, a burguesia se aliou ao Partido Fascista, liderado por Benito Mussolini (imagem acima).

O partido cresceu rapidamente. Em outubro de 1922, 50 mil fascistas convergiram para a capital na Marcha sobre Roma, usando a camisa negra do partido e exigindo o poder. Nas eleições de 1924, por meio de fraudes e intimidações, os fascistas conquistaram a maioria parlamentar. Os opositores foram presos ou assassinados e, em 1925, Mussolini proclamou-se Duce.


Em 1927, foi editada a Carta do Trabalho, que estabeleceu as bases do Corporativismo no regime fascista. Para cada profissão foram formados dois sindicatos com o objetivo da união de classes. Em 1929, foi assinado o Tratado de Latrão, que resolvia a situação da Questão Romana. O papado recebeu a soberania do Vaticano e o catolicismo tornou-se religião oficial da Itália.

Como a Itália foi o primeiro país a instalar um governo totalitária naquela época, outros governos seguiram seu exemplo. Foi o caso de Portugal (1932), Hungria (1934), Polônia (1926), Iugoslávia (1929), Grécia (1935), Bulgária (1934), Romênia (1938), Áustria (1933), entre outros. 


Na Alemanha, o Nazismo só assumiria o poder em 1932. A derrota alemã na Primeira Guerra Mundial pôs fim à Monarquia e o Imperador Guilherme II renunciou e saiu da Alemanha, deixando espaço para ideais socialistas que viriam a ser reprimidos pelo exército, principalmente após o levante espartaquista. Os bolcheviques alemães, liderados por Karl Liebcknet e Rosa Luxemburgo, foram capturados e fuzilados.

Em 1919, foi fundada uma república federativa chamada República de Weimar (1919-1933), que até 1924 viveu um período de instabilidade devido à crise econômica. O Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, liderado por Hitler, tentou um golpe fracassado pra assumir o poder. A tentativa de golpe de Estado foi chamada de Putsch de Munique. Na cadeia, Hitler escreveu Mein Kampf (Minha Luta), onde expôs a doutrina nazista.

Após 1924 e com o Plano Dawes em ação, a Alemanha conheceu um pequeno crescimento na sua economia e o discurso ultranacionalista e racista do partido de Hitler perdeu força. O que reverteu todo o quadro foi a Crise de 1929. A Alemanha recebia empréstimos norte-americanos, de modo que era muito sensível à economia dos Estados Unidos. Com o isolamento da potência maior, a Alemanha se viu, novamente, em estado de recessão, assistindo novamente à volta dos ideais comunistas. A esperança da burguesia estava nos nazistas, que já contavam com organizações paramilitares, as SA (Seções de Assalto) e SS (Seções de Segurança).


Nas eleições de 1932, o Partido Nazista foi o mais votado e em pouco tempo consolidou seu controle. É fácil entender: a população alemã estava desolada com a humilhação da Primeira Guerra, com um complexo de inferioridade enorme em relação ao resto da Europa, quando surge Hitler e sua ideologia de que a raça ariana é superior às outras. 

O edifício do Parlamento foi incendiado e os comunistas responsabilizados. Assim, todos os comunistas, socialistas e opositores do regime foram condenados aos campos de concentração. Os outros partidos políticos foram dissolvidos. Em 1933, o Terceiro Reich foi oficializado e, em 1934, Hitler (imagem acima) nomeou-se Führer. Hitler empreendeu boicote aos estabelecimentos judaicos e em 1938, na Noite dos Cristais, ordenou que destruíssem casas e estabelecimentos judaicos em toda a Alemanha. Durante a Segunda Guerra Mundial, mais de 6 milhões de judeus seria condenados aos campos de concentração, episódio que ficaria conhecido como Holocausto.

A economia alemã seria planificada por meio de Planos Quadrienais. Em 1939, a indústria alemã era a segunda do mundo, só perdendo para os Estados Unidos. Hitler passou a executar políticas expansionistas e anulou o Tratado de Versalhes. Os europeus, porém, não reagiram, o que se denominou política de apaziguamento.

Várias razões explicam essa política. A situação de depressão levava os países europeus como a França, principalmente, a priorizarem a solução dos seus graves problemas internos. Depois, existia a convicção de que as condições do Tratado de Versalhes haviam sido bastante duras para com a Alemanha. E, finalmente, caso o expansionismo nazista fosse direcionado para o Leste e contra a União Soviética, a Alemanha serviria de muro de contenção ao Comunismo.

Tanto a Alemanha como a Itália teriam participação fundamental na Guerra Civil Espanhola (1936-1939)


Em 1935, Hitler reincorporaria o Sarre e em 1936, a Renânia. A Áustria foi anexada em 1938 e na Conferência de Munique, Inglaterra e França concordaram na anexação alemã da região dos Sudetos. Porém, o desaparecimento da Tchecoslováquia indignou a Inglaterra que alarmou a França de que o expansionismo alemão estava indo longe demais. Os governos inglês e francês ofereceram garantias à Polônia para a manutenção de seu território. A política de apaziguamento terminara.

Sem se abater, Hitler resolveu liquidar a questão polonesa pela força. Celebrou com Stalin o Pacto Germano-Soviético (não-agressão), que repartiria a Polônia entre a Alemanha e a União Soviética. O pacto causou grande impacto na Europa, já que ninguém esperava que regimes tão opostos se unissem.

Em 1939, o exército alemão invadiu a Polônia. Recomeçava a guerra na Europa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário