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quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Primeira Guerra Mundial (1914-1918)

 

Na última postagem, vimos que o assassinato do herdeiro do trono do Império Austro-Húngaro, Francisco Ferdinando, por um grupo terrorista da Sérvia levou o Império a declarar guerra ao país balcânico.

Rússia (em defesa da Sérvia) e França (ao lado da Rússia) mobilizaram suas tropas contra o Império Austro-Húngaro e a Alemanha, de pronto, declarou guerra à França e à Rússia. 

Após as sucessivas declarações de guerra, o país mais vulnerável era a Alemanha, que havia recebido declaração de guerra à Leste, da Rússia, e à Oeste, da França. A fim de evitar a guerra em duas frentes, que dividiria o exército, os estrategistas alemães pensaram que a melhor forma de impedir que isso acontecesse era derrotando um dos lados rapidamente. 


Devido à rápida derrota da França na Guerra Franco-Prussiana, os alemães acreditavam que o lado francês era o mais fraco. O Plano Schlieffen (imagem acima) consistia em um ataque maciço e relâmpago à França através da Bélgica. Porém, ao atacar a Bélgica, os alemães romperam com a neutralidade inglesa, uma vez que os ingleses tinham um pacto de que caso a Bélgica fosse invadida, a Inglaterra viria em seu socorro. Logo em seguida, a Inglaterra declarou guerra à Alemanha e oficializou o time da Tríplice Entente.

Com o equilíbrio de forças, começava a Guerra de Trincheira, onde os exércitos enterravam-se em trincheiras protegidas por arame farpado e ninhos de metralhadoras, como mostra a imagem que abre o texto.

A Itália, seduzida pela Entente com promessas de território, rompe com a Tríplice Aliança (Alemanha e Império Austro-Húngaro) e se volta para o lado da Inglaterra, mas é massacrada na Derrota de Caporeto, em 1917. 

No mesmo ano, os seguidos desastres do exército russo apressaram a Revolução Russa, o que levou uma Rússia esgotada a se retirar da guerra. Com a retirada das tropas da Rússia, finalmente a Alemanha conseguiria avançar sobre a França na Frente Ocidental. Porém, França e Inglaterra não estavam mais sozinhas.


Inglaterra e Alemanha travavam a guerra submarina, só que a Alemanha atacava indiscriminadamente navios mercantis de países neutros, o que criou os primeiros atritos com os norte-americanos. A presença alemã afetava as relações comerciais que os Estados Unidos mantinham com a França e com a Inglaterra, sem falar que uma possível derrota da Entente não lhe traria benefício algum. Utilizando o ataque alemão como justificativa e contrariando a opinião pública do seu próprio país, os Estados Unidos declaram guerra à Tríplice Aliança.

Com a superioridade por parte da Entente, o exército alemão voltava a ser empurrado em direção à fronteira e a guerra chegava ao fim. Os países europeus estavam muito desgastados e propostas de paz surgiam de todos os lados. Uma delas veio do presidente americano Wilson, que elaborou os 14 pontos de Wilson. A ideologia de Wilson era de uma "paz sem vencidos nem vencedores". A Alemanha, concordando, assinou o Armistício de Compiégne, o que pôs fim à guerra.


Porém, França e Inglaterra, reunidas em Versalhes, forçaram o presidente Wilson a ceder e elaborar um documento com imposições duras à Alemanha, a fim de eliminar de uma vez por todas a concorrência com o país europeu. A Alemanha teve três semanas para aceitá-lo sem alterações ou seria invadida. 

Sem condições de continuar a guerra, a Alemanha aceitou o Tratado de Versalhes, que propunha:
- Anexação de territórios da Alemanha pelas nações vencedoras, como a Alsácia e Lorena, pela França;
- Divisão das colônias alemãs entre Inglaterra e França;
- Redução do exército alemão para 100 mil homens;
- Proibição de armamento pesado e força aérea;
- Perda da marinha para a Inglaterra, que foi posteriormente afundada;
- proibição de explorar carvão por 15 anos na mina de Sarre, principal fornecedora de energia;
- Perda de patentes industriais e de recursos depositados em outros países;

Tais imposições despertaram o revanchismo alemão, que contribuiria para a deflagração da Segunda Guerra Mundial, vinte anos depois. 


Entre outros tratados de paz impostos, é possível citar:

  • Tratado de Saint-Germain (1919): Desmembrou o Império Austro-Húngaro em Hungria, Tchecoslováquia e Iugoslávia, além da cessão de territórios à Itália;
  • Tratado de Trianon (1919): A Hungria foi obrigada a ceder território em favor dos eslavos e teve seu exército limitado a 35 mil homens;
  • Tratado de Neully (1919): Bulgária foi obrigada a ceder territórios para Grécia, Iugoslávia e Romênia;
  • Tratado de Sèvres (1920): Império Otomano teve seu território reduzido e rachado entre França, Inglaterra, Itália e Grécia.
  • Tratado de Leusanne (1923): Deu reconhecimento à república turca, que surgiu após a queda do Império Otomano;
Ao fim da guerra, os Estados Unidos conheceram um salto na economia e nas exportações. É preciso reconhecer que a potência norte-americana foi a única a se beneficiar com a guerra, enquanto Europa estava afundada em endividamentos e destruição.

Existem variados documentários sobre a Primeira Guerra Mundial acessíveis através do Youtube que vale a pena assistir no caso de quem deseja mais informações e curiosidades.

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