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quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Crise de 1929


Os países europeus estavam destruídos após o fim da Primeira Guerra Mundial. Os efeitos desta viriam a enfraquecer até o domínio colonial das potências europeias sobre países como a Índia, onde Mahatma Gandhi liderava a resistência contra a Inglaterra. A mesma Inglaterra, enfraquecida, concedeu independência a seus ex-domínios do Canadá e da Austrália e Nova Zelândia.

A França sofria reações na Indochina e no Oriente Médio. A Alemanha, com a economia arruinada, se declarou incapaz de continuar o pagamento das reparações impostas pelo Tratado de Versalhes, o que levou a França e a Inglaterra a ocuparem a região do Ruhr em 1923.

Em 1924, os Estados Unidos elaboram o Plano Dawes para viabilizar o pagamento das dívidas alemãs. Sustentada por maciços empréstimos e investimentos de capital norte-americano, a Alemanha reencontrou o caminho do crescimento, mesmo tendo se tornado sensível à economia americana. No Plano Dawes as reparações seriam pagas em parcelas anuais que dependeriam do desempenho econômico alemão.


Os Estados Unidos se tornou credor do mundo após o fim da guerra. O país vivia fase completamente avessa à fase europeia. Os anos eram de notável prosperidade, motivo pelo qual o período da década de 20 foi chamado de Golden Twenties no país. A prosperidade se refletiu no american way of life (consumismo), uma vez que um em cada seis americanos tinha um automóvel e bens de consumo como geladeiras, fogões e rádios atulhavam as casas.

Os anos dourados corresponderam politicamente ao governo do Partido Republicano (1920-1932), cuja política se baseava no liberalismo econômico. O Partido se recusava a interferir na economia, enquanto a política isolacionista se mostrava através de leis restritivas à migração e às ideias estrangeiras. 

Desta época data a Lei Seca (1919), que proibia a venda e distribuição de bebidas alcoólicas em todo o país. A consequência da proibição foi o banditismo organizado, tendo sido a venda de bebidas alcoólicas ilegalmente um negócio super rentável.


O contexto era de enorme produção industrial, mascarada pelo otimismo norte-americano. Com o apoio norte-americano, os países europeus lentamente recuperavam sua economia e retomavam sua produção industrial, passando a comprar cada vez menos produtos norte-americanos. O que seria lucro estava se transformando em estoques gigantescos e impossíveis de ser vendidos, em ações que agora não tinham valor algum.

O mercado interno não poderia resolver esse problema, uma vez que o americano comum não ganhava um salário suficiente para consumir tudo que era produzido. Em pouco tempo, 110 mil empresas faliram, 4 mil bancos fecharam as portas e o desemprego atingiu 13 milhões de trabalhadores.

O presidente Hoover (1929-1932), do Partido Republicano, se recusou a agir com rigor na economia (liberalismo econômico), acreditando que as "leis naturais do mercado" acabariam por equilibrar a situação. O mercado de ações passou a registrar um maior número de vendas do que de compras, já que o pensamento era de "vender o mais rápido possível".


O resultado foi o crash da Bolsa de Nova Iorque em outubro de 1929. Quando isso aconteceu, a taxa de suicídio nos EUA aumentou drasticamente, pois muitos empresários perderam suas fortunas da noite para o dia. Os efeitos mundiais da crise foram catastróficos, já que os norte-americanos eram a maior potência econômica da época. Se o país quebrava, o mundo quebrava junto. 

Os EUA iniciaram reimportação de seus capitais investidos no exterior. Sua súbita exigência provocou o colapso do sistema financeiro europeu. Grandes brancos ingleses, franceses e alemães faliram em uma reação em cadeia, que arrastou os conglomerados industriais a eles ligados.

Com política baseada no protecionismo e no isolamento, os Estados Unidos voltam as atenções para o mercado interno e se fecham para o exterior. Como eram responsáveis por 23,7% das exportações mundiais, as consequências foram catastróficas. A América Latina passou por graves crises político-econômicas, as exportações inglesas caíram 70% e a Alemanha entrou em recessão. O Japão, que exportava matérias-primas para os EUA, foi privado de recursos econômicos. Com isto, restou ao Japão estabelecer controle efetivo sobre países da Ásia que já não estivessem ocupados. O conflito entre o Japão e a China viria a ser o estopim da Segunda Guerra Mundial na Ásia.


O democrata Franklin Roosevelt (imagem acima) foi eleito presidente em 1932 e sepultou de vez o liberalismo econômico. Baseando-se em Keynes, defendeu a intervenção do Estado na economia e elaborou o New Deal, um plano para recuperar a economia norte-americana.

Entre as propostas do New Deal estava: Fortes investimentos estatais em obras públicas, reforma do sistema bancário, controle de preços e produção, incentivos agrícolas, criação de medidas voltadas para a área social, redução da jornada de trabalho.

O plano foi um sucesso. Por volta de 1945, a crise de 1929 e seus efeitos já haviam sido esquecidos.

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