Com a eleição do mineiro Afonso Pena, consolidava-se o acordo da política do café-com-leite, envolvendo as oligarquias de São Paulo e as de Minas Gerais no sentido de assegurar que somente políticos desses dois estados fossem eleitos à presidência de modo alternado. Os dois estados eram berço dos dois principais partidos republicanos: O Partido Republicano Paulista (PRP) e o Partido Republicano Mineiro (PRM).
Os três primeiros presidentes da República (Prudente de Morais, Campos Sales e Rodrigues Alves) foram paulistas apenas porque o PRM demorou para atingir o grau de coesão que caracterizou o PRP desde sua fundação. Após a estabilização do projeto político mineiro e uma vez que o interesse de ambos os grupos eram rigorosamente os mesmos, era desnecessário um conflito de oposição. Assim, os dois partidos firmaram o acordo que unia São Paulo, a maior força econômica, e Minas Gerais, o maior eleitorado do país à época.
Tanto a política do café-com-leite, como a política dos governadores e o coronelismo são partes do mesmo processo de sustentação do sistema oligárquico.
Em seu governo foram adotadas as mais importantes medidas relacionadas ao café, pois já no primeiro ano de seu mandato firmou-se o Convênio de Taubaté. O café sustentou a economia nacional desde o Segundo Reinado (1841 a 1889) até, pelo menos, a década de 1930.
Em 1906, durante o governo de Afonso Pena, houve uma crise grave de superprodução de café. Sempre que uma safra gerava muitos lucros aos produtores, eles investiam em mais terras e mais mudas de café, porém nem sempre o consumo internacional acompanhava o aumento da produção. Então, o café estava em excesso no mercado, o que fez com que seu preço sofresse queda livre.
Governadores paulistas e mineiros se reuniram então para buscar uma solução para a crise. Eles optaram por fazer mais empréstimos internacionais para comprar o excedente de café e evitar a perda de dinheiro dos cafeicultores paulistas, sendo um grande volume desse café estocado.
Em 1909, morre Afonso Pena. Seu vice, Nilo Peçanha (foto acima), assume o poder e toma medidas que enfraquecem o poder das elites tradicionais. Isso fortaleceria a candidatura do militar Hermes da Fonseca, cuja imagem vinha sendo vinculada pela oligarquia gaúcha, único setor capaz de se opor ao governo federal.
A candidatura lançada pela oligarquia paulista foi a de Rui Barbosa, ex-ministro de Deodoro, mas a oligarquia mineira, vendo a oposição se fortalecer, passou a apoiar Hermes da Fonseca. Ou seja, a recém-firmada aliança entre paulistas e mineiros não sobreviveu ao primeiro teste. Isolada, a oligarquia paulista apoiou Rui Barbosa e defendeu o poder civil contra a volta de militares ao poder, o que ficou conhecido como campanha civilista.
Mesmo assim, Hermes da Fonseca venceu as eleições de 1910.
<< Governo anterior: Governo Rodrigues Alves>> Na sequência: Governo Hermes da Fonseca
<< Governo anterior: Governo Rodrigues Alves>> Na sequência: Governo Hermes da Fonseca
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