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quarta-feira, 1 de outubro de 2014

República Velha: Governo Epitácio Pessoa (1919-1922) e os 18 do Forte de Copacabana


Seguindo com a política café-com-leite, após o fim do governo do mineiro Venceslau Brás, as eleições de 1918 deram vitória, novamente, ao paulista Rodrigues Alves. Tratava-se de um momento delicado, no qual as exportações de café haviam caído drasticamente em decorrência do fim da guerra e a crise da economia europeia.

Porém, Rodrigues Alves não chegou a assumir o governo, pois foi contaminado pela gripe espanhola e acabou morrendo. Seu vice, Delfim Moreira, convocou novas eleições como previa a Constituição. Surgiu então a candidatura do paraibano Epitácio Pessoa, acordada entre São Paulo e Minas Gerais.

O governo Epitácio (1919-1922) é apontado como aquele que marca o início da crise da República Velha. A estrutura econômica do país estava se modificando e outros setores ligados à indústria e outros gêneros agrícolas adquiriram importância nas negociações políticas. Os acordos entre as oligarquias faziam-se com maiores dificuldades.


Tentando proteger os setores do café, o presidente contraiu uma enorme dívida externa ao estocar o produto. Procurou investir no Nordeste buscando uma produção alternativa ao café, mas os resultados foram mínimos.

Foi então que a política do café-com-leite sofreu um enorme baque. As elites do Rio Grande do Sul, Pernambuco, Rio de Janeiro e Bahia formaram uma chapa de oposição aos paulistas e mineiros. Ela se autodenominava Reação Republicana e indicava Nilo Peçanha para a presidência.

A tensão entre os dois grupos aumentou quando o candidato "café-com-leite", Artur Bernardes, em plena campanha presidencial, teve publicada uma carta onde supostamente insultava o Marechal Hermes da FonsecaCom isso, o Exército estava contra Artur Bernardes e a favor da Reação Republicana. 


Nesse contexto de inquietação, Artur Bernardes, o representante "café-com-leite", venceu Nilo PeçanhaDiversos setores da oposição tentaram a recontagem dos votos, pois consideravam as eleições fraudulentas, mas o novo presidente recusou.

No fim de 1922, Hermes da Fonseca foi preso por conspirar contra o governo. Para defender a honra militar, os tenentes levantaram-se no Forte de Copacabana e apontaram seus canhões para diferentes pontos do Rio de Janeiro. Era o início do movimento tenentista

No dia 6 de julho, o capitão Euclides Hermes permitiu que se rendesse quem quisesse, restando somente ele e mais 28 homens dos 300 reunidos. Com a imensa deserção, Euclides Hermes deixou o forte para tentar negociar com o governo, mas foi feito prisioneiro e seus homens resolveram render-se. 18 homens marcharam em direção aos soldados de Bernardes. 16 deles foram mortos e apenas dois sobreviveram.

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