República Velha: Governo Rodrigues Alves (1902-1906) e Revolta da Vacina (1904)

O Governo Rodrigues Alves foi considerado o mais "modernizador" durante a República Velha. O que marcou seu governo foi seu projeto de reurbanização da cidade do Rio de Janeiro, capital da República, com o objetivo de torna-la mais "europeia".

Avançava a política do "bota-abaixo", referindo-se às demolições de antigos quarteirões, moradias e cortiços. Os moradores de rua e mais pobres foram empurrados do centro da capital para os morros por uma mera questão estética: a excessiva proximidade com os ricos.

Iniciou-se então a construção de amplas avenidas, instalação de praças e de um porto moderno, jardins, postes de luz elétrica, bondes, etc. Paralelamente a isso, visando "sanear" a cidade, o presidente decidiu eliminar algumas doenças endêmicas que atingiam a população, além de toda a sujeira em que viviam os habitantes.

Para atacar a febre amarela, a peste bubônica, a varíola, entre outras, criou-se um órgão de vacinação obrigatória comandado pelo médico Oswaldo Cruz. Para aplicar as vacinas, combater ratos e mosquitos, o governo adentrava os lares e intimava os moradores a deixá-los para garantir a desinfecção. Como se o panorama já não fosse ruim, a maioria da população, pobre e desinformada, não conhecia os efeitos de uma vacina.

A reação da população carioca ficou conhecida como Revolta da Vacina. Ela se evidenciou em manifestações populares nas ruas da cidade, depredação de órgãos públicos, saques às casas comerciais e incêndio dos bondes. Os manifestantes pediam a deposição do governo que, no entanto, conseguiu reprimir o protesto.

Na política externa, Rodrigues Alves foi responsável pela anexação do Acre ao Brasil através do Tratado de Petrópolis (1903), que incorporava aquela região em troca de um pagamento de 2 milhões de libras esterlinas para a Bolívia, além de estabelecer o compromisso do governo de construir a estrada de ferro Madeira-Marmoré, fundamental para a economia boliviana.

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