República Velha: Governo Campos Sales (1898-1902)

Campos Sales aprofundou os mecanismos de controle de voto ao utilizar a Comissão Verificadora de Poderes (órgão da justiça eleitoral que tinha a responsabilidade de confirmar e proclamar o resultado das eleições) para alterar as opções dos votantes ou até inserir eleitores que sequer existiram ou que já haviam morrido. 

A comissão ainda foi usada para impedir a posse de deputados eleitos pela oposição em vários estados, utilizando-se de todos os tipos de acusações, até mesmo falsas. Acontecia então a degola, isto é, o não empossamento de parlamentares eleitos.

Campos Sales também desenvolveu a política dos governadores, uma troca de favores entre os governos federal e estadual. Esse último utilizava as fraudes eleitorais dos coronéis para conseguir votos para o candidato à Presidência que, depois de eleito, concederia mais autonomia e vantagens para o estado que o apoiou.

Utilizando tal estratégia de poder, Campos Sales pôs em prática sua política econômica que tinha o objetivo de valorizar a moeda a partir de uma renegociação da dívida externa com a Inglaterra, uma vez que a crise financeira fora ainda mais agravada na República da Espada e no Governo Prudente de Morais.

Este acordo se chamou Funding Loan, no qual a Inglaterra suspendeu temporariamente a cobrança de juros de dívidas anteriores para que o Brasil tivesse tempo de se reorganizar economicamente. Para tal acordo, a Inglaterra fez algumas exigências que o Brasil aceitou. Por exemplo, o país teve de reduzir drasticamente as despesas do governo, suspender obras públicas e interromper os investimentos no setor industrial, além de aumentar impostos. Além do mais, caso o Brasil não cumprisse com o acordo, a Inglaterra teria direito a toda a renda gerada da alfândega do Rio de Janeiro e de outros estados caso fosse necessário.

As consequências do Funding Loan tornou o presidente Campos Sales impopular. Quando terminou seu mandato, uma sonora vaia foi ouvida na sua saída da capital.

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