Na década de 1950, os EUA intervieram nos conflitos ligados à independência da Indochina em relação à França. O Vietnã, que até 1954 obedecia às ordens de Paris, foi palco de um movimento socialista que provocou a divisão do Vietnã em comunista (Vietnã do Norte) e capitalista (Vietnã do Sul). Na Conferência de Genebra, em 1954, previu-se um acordo de reunificação do país através das eleições de 1956.
Entretanto, o sentimento de antiocidentalismo tornou claro que o governo do norte venceria as eleições. Alarmados, os Estados Unidos apoiaram um golpe militar no Vietnã do Sul, cancelaram as eleições e promoveram perseguição aos opositores do regime. A população respondeu com um movimento de guerrilha contra o governo e recebeu apoio do Vietnã do Norte, o que culminou numa guerra civil.
Diante do avanço comunista, os Estados Unidos passaram a intervir diretamente no conflito. Com a morte do Presidente John Kennedy, em 1963, a presença norte-americana no conflito contra os comunistas do Vietnã do Norte tornou-se maciça. O contingente de tropas militares enviadas pelos Estados Unidos ao Vietnã chegou a 500 mil soldados entre 1965 e 1968.
Porém, a década de 1960 significou a entrada de uma nova geração na cena politica. Uma geração que nasceu durante a Segunda Guerra Mundial e conviveu com a destruição causada por ela e agora convivia com o terror da Guerra Fria. Surgia o movimento hippie, o rock e sua nova postura em relação ao sexo e ao amor, a libertação da mulher em relação aos valores machistas da moral vigente, reivindicações dos negros por liberdades civis, sendo liderados nos Estados Unidos por Martin Luther King. De certa forma, a guerra do Vietnã catalisou todo esse clima de descontentamento e de contestação. Frases como "Faça amor, não faça guerra" eram uma síntese de um amplo movimento de repulsa social à guerra e à ordem vigente.
A força desses movimentos se direcionava contra a presença dos Estados Unidos no conflito. Foi cobrada na prova do ENEM 2014 de Inglês uma questão em que se tinha que relacionar a música Masters of War do Bob Dylan (que iniciou sua carreira em 1959) com a tal crítica ao sistema do qual falo agora.
Masters of War
Come you masters of war
You that build all the guns
You that build the death planes
You that build all the bombs
You that hide behind walls
You that hide behind desks
I just want you to know
I can see through your masks.
You that never done nothin’
But build to destroy
You play with my world
Like it’s your little toy
You put a gun in my hand
And you hide from my eyes
And you turn and run farther
When the fast bullets fly.
Like Judas of old
You lie and deceive
A world war can be won
You want me to believe
But I see through your eyes
And I see through your brain
Like I see through the water
That runs down my drain.
Com o crescimento da opinião pública contra a guerra, os Estados Unidos tratou de acelerar a sua vitória, que nunca ocorreu, lançando mão de táticas cada vez mais violentas como o uso de bombas de napalm (incendiárias, que provocavam imensa devastação), desfolhantes (que provocavam a queda de folhas de árvores, visando impedir que os combatentes comunistas usassem florestas como esconderijo), além de bombardeios maciços sobre o Norte, que acabavam penalizando, acima de tudo, a população.
No entanto, as vitórias do Vietnã do Norte eram sucessivas. Em janeiro de 1968, os comunistas desfecharam um ataque maciço em todo o território do Vietnã do Sul, na chamada "Ofensiva de Tet", chegando a ocupar até a embaixada norte-americana.
A guerra estava praticamente perdida, configurando a primeira derrota militar dos norte-americanos. A pressão crescente da opinião pública e a resistência heroica do Vietnã do Norte fizeram com que os norte-americanos iniciassem as negociações que levaram à assinatura do Acordo de Paris, em 1973, prevendo a gradual retirada das tropas estadunidenses do Vietnã, que viria a ser unificado e ser chamado de República Socialista do Vietnã.
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