As eleições de 1949 têm o mesmo cenário das anteriores: UDN (União Democrática Nacional, associada às elites) insistindo em militares e PSD (Partido Social-Democrático, associado às classes dominantes) em desconhecidos. Mas com o anúncio da
candidatura de Getúlio Vargas pelo PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) o PSD abandona o próprio candidato e se coliga ao PTB. Com um empurrão do apoio do paulista Ademar de
Barros, líder do PSP, Vargas conquista a presidência mais uma vez, com 48% dos
votos.
O ex-ditador retorna com sua política nacionalista,
apresentando o slogan “O Petróleo É Nosso”. Diante da aliança mal sucedida de
Dutra à política estadunidense, o nacionalismo foi bem recebido. Na imprensa, Vargas era massacrado pela UDN. A política nacionalista do Presidente não agradava aos norte-americanos.
A política desenvolvimentista foi implantada com os velhos
métodos propostos por Vargas como a intervenção do Estado; o monopólio estatal do
petróleo foi efetivado com a criação da Petrobrás (1953), fechada à
participação de estrangeiros. Siderúrgicas e usinas hidrelétricas foram
expandidas. Tendo João Goulart como Ministro do Trabalho, adquiriu prestígio
junto aos sindicatos e fixou o salário mínimo; mesmo assim, este ainda era
corroído pela inflação, e a população estava insatisfeita.
O estopim dos ataques da UDN aconteceu quando o
jornalista Carlos Lacerda acusou Vargas de tentar implementar uma “república de
sindicatos”, colocando no mesmo plano a esquerda e a corrupção, associando o
nome de Gregório Fortunato, chefe da guarda pessoal de Vargas, ao tráfico de
influência e a negócios clandestinos. As Forças Armadas eram, quase em sua totalidade,
alinhadas ao pensamento da UDN.
Em 1954, Carlos Lacerda foi vítima de um atentado que o
feriu apenas, mas matou um oficial da Força Aérea Brasileira.
Responsabilizava-se Fortunato pelo crime, um golpe fatal sobre o governo em
crise. A crescente tensão no país inteiro foi canalizada pela oposição em
proveito próprio, manipulando setores populares com o discurso de Lacerda.
Getúlio afastou-se da presidência 20 dias após o atentado, e no mesmo dia, se
deu sua morte, o que neutralizou a oposição e ampliou o prestígio de seus
seguidores. A revolta social explodiu em manifestações contra a oposição de Vargas (o capital internacional, a UDN e as Forças Armadas).
Essa reação popular impediu que as forças conservadoras tomassem de imediato o poder, frustrando o golpe anticomunista que se armava pelas costas de Vargas. O vice-presidente João Café Filho assumiu num
período de indefinição política e clima de golpe, mas, que consolidou o vencimento
dos liberalistas em relação à economia; o Sim à abertura do país ao capital
internacional, que Vargas tanto lutou contra.
“UDN: Tínhamos todo o banquete preparado. O suicídio de Vargas nos
puxou a toalha.”
Aconteceram as eleições colocaram Juscelino Kubitschek
no poder, que com seu discurso desenvolvimentista não conquistou os
conservadores e foi alvo de um violento discurso de um coronel da Escola
Superior de Guerra, em 1955. Café Filho, que deveria puni-lo, foi afastado da
presidência, sob a alegação de um suposto ataque cardíaco, assumindo o mineiro
Carlos Luz, que apesar de ser parte do PSD, simpatizava com as posturas
da UDN e recusou-se a punir o tal coronel, minimizando a autoridade do
Ministro de Guerra, o Marechal Lott, que se mostrara a favor do presidente democraticamente eleito.
Antes que o golpe da UDN se consumasse, Lott deu um golpe
preventivo: Colocou tropas sob seu comando nas ruas,
depondo Carlos Luz e impedindo o retorno de Café Filho. Assume Nereu Ramos
(presidente do senado), por curto tempo, apenas para garantir a posse de JK.
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