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domingo, 16 de novembro de 2014

Guerra Fria: Revolução Cubana (1959)


Cuba foi um dos países que, desde que teve sua independência formalmente reconhecida, esteve sob forte influência norte-americana. Em 1901, os Estados Unidos fizeram aprovar na Constituição cubana uma emenda constitucional chamada Emenda Platt, que dava ao governo norte-americano o direito de intervir militarmente em Cuba sempre que julgasse necessário. Cuba tinha tudo pra ser só mais um nas mãos dos Estados Unidos.

O imperialismo norte-americano se manifestou no controle de um terço da economia do país e na imposição de governantes. Dentre eles destaca-se Fulgêncio Batista, que assumiu o poder através de um golpe de Estado em 1952.

A política econômico de Batista tornou Cuba uma espécie de "quintal" dos interesses estadunidenses. A economia do país era sustentada pelos numerosos hotéis e cassinos, além da estrutura rural apoiada na agroexportação de tabaco e cana-de-açúcar. Ao mesmo tempo, sua ditadura acentuou as contradições sociais, levando a população a um quadro de miséria cada vez mais intenso.


Em 1953, um grupo de jovens liderados por um advogado, Fidel Castro, tentou ocupar um quartel em Santiago de Cuba, sem sucesso. Fidel Castro passou dois anos preso antes de, em 1956, voltar clandestinamente a Cuba. Ao desembarcar em território cubano, seus homens foram atacados e mortos pelas tropas de Batista. Entre os sobreviventes estavam Ernesto "Che" Guevara e Raúl Castro.

Em 1959,  eles organizaram um movimento armado que partiu do México e alcançou a capital Havana. Lá, enfrentaram o exército de Batista. A impopularidade do governo Batista foi fundamental para a vitória dos guerrilheiros revolucionários, que foram aclamados pela população.  O movimento provocou, em 1959, a deposição de Batista e a instalação de um novo governo.

As medidas de Fidel no sentido de realizar uma reforma agrária e de nacionalizar empresas de capital estadunidense assustaram os Estados Unidos, que passaram a temer a implantação do socialismo na ilha. Os Estados Unidos reagiram com um embargo econômico a Cuba (que perdura até os dias atuais) e suspendendo a importação de açúcar cubano, base da economia do país. Em 1961, o Presidente John Kennedy autorizou a invasão de Cuba por um grupo de exilados com o apoio da Agência de Inteligência dos Estados Unidos (CIA). A invasão foi reprimida na Baía dos Porcos e, em dezembro do mesmo ano, Fidel declarou sua adesão ao Comunismo.


Nessa época, o chefe do Partido Comunista da URSS pretendeu utilizar a proximidade de Cuba com os EUA (150 km) para instalar uma base de mísseis nucleares na ilha. Os EUA reagiram de imediato, exigindo a retirada dos mísseis de Cuba, sob pena de um ataque sobre a ilha. Depois de treze dias de tensão, a URSS recuou e retirou os mísseis. Poucas vezes durante todo o período da Guerra Fria a perspectiva de um enfrentamento direto entre EUA e URSS pareceu tão próxima.

Visando conter a "avalanche comunista" no continente, os Estados Unidos lançaram a Aliança para o Progresso, um programa de ajuda econômica aos países da América Latina, buscando ampliar a dependência deles em relação aos norte-americanos.

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