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domingo, 16 de novembro de 2014

Fim da Guerra Fria


Finalizando a série de postagens sobre a Guerra Fria, de 1945 a 1970, o mundo viveu um ciclo de prosperidade e inovações, motivada pela concorrência acirrada entre a economia norte-americana e a russa. Era certo que um dos lados, o capitalista ou socialista, uma hora ou outra iria ceder.

A partir da década de 1970 ambos os modelos econômicos entraram em crise. Nos EUA, o valor do que o país importou ultrapassou o valor que o país exportou e os gastos do governo superaram o valor que o mesmo arrecadava. A solução encontrada pelo governo americano foi desvalorizar o dólar em relação ao ouro e decretar a flutuação do valor do dólar determinada pelo mercado. A paridade dólar/ouro, decidida na Conferência de Bretton Woods, caiu por terra. A recessão norte-americana afetou os países capitalistas, que viram a situação piorar com o aumento do preço do petróleo, em 1973, episódio conhecido como Primeiro Choque do Petróleo.

No mundo socialista, a crise foi resultado do esgotamento do próprio modelo econômico, baseado no planejamento estatal. O Estado definia o que seria produzido pelas empresas, a quantidade e estabelecia o preço, mas faltava matéria-prima, alimentos e havia dificuldade de importar produtos básicos para o abastecimento da população. Não houve agilidade para modificá-lo. A URSS fez frente ao Estados Unidos e lançou o primeiro satélite artificial, fabricou satélites espiões e mísseis de alta precisão, mas falhou em desenvolver indústria automobilística própria e não fabricou uma boa televisão, por exemplo, desprestigiando os outros setores econômicos. Enquanto isso, os Estados Unidos havia lançado mais de 3 mil produtos de consumo na segunda metade do século XX.



As duas economias já estavam desgastadas com os gastos astronômicos em armamentos, construção de naves e foguetes, nas chamadas corrida armamentista e corrida aeroespacial. A economia socialista, entretanto, foi a que ofereceu menos resistência ao colapso. Na década de 80, a imagem dos países socialistas era de enormes filas, em que a população, que tinha o dinheiro, disputava os poucos produtos disponíveis.

A partir de 1985, Mikhail Gorbachev, que subiu ao poder à época, entrou com propostas liberalizantes: Perestroika (reconstrução) e Glasnost (transparência). A Perestroika foi uma reforma econômica profunda, renunciando à economia planificada (planejada) socialista e dando início à abertura de mercado. A Glasnost significou maior abertura política, colocando em evidência a democratização do país, que vivia plena ditadura. A Glasnost inaugurou a quebra do monopólio do Partido Comunista. Com a liberdade de expressão devolvida, a população passou a questionar em alto e bom som a crise vivida pela país.

Gorbachev caracterizou sua política externa por uma aproximação com os Estados Unidos e por gestos de abrandamento. As transformações da URSS atingiram os países do Leste Europeu, também socialistas, provocando a queda dos governos e estabelecimento de eleições livres e diretas. Em 1989, a Hungria retirou a cerca de arame farpado que havia em sua fronteira com a Áustria e, no mesmo ano, foi derrubado o Muro de Berlim. O Capitalismo havia, finalmente, vencido o Socialismo Real, que se mostrara muito diferente do Socialismo Científica idealizado por Marx. 



Os países ex-socialistas tinham, agora, vários problemas. Quem seria os proprietários das empresas que o Estado não tinha mais condições de sustentar se teoricamente não existiam pessoas com capital suficiente para comprá-las? Segundo a ONU, no início do século XXI, cerca de 1/3 da população vivia abaixo da pobreza no Leste Europeu. A transição para o Capitalismo estava trazendo consequências severas.

Em 1991, ficou marcado o fim da União Soviética, restando agora 15 nações ex-socialistas independentes: Rússia, Ucrânia, Cazaquistão, Letônia, Lituânia, Moldávia, Armênia, Azerbaijão, Bielorrúsia, Estônia, Geórgia, Quisguistão, Tadjiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão. A Tchecoslováquia, outro país socialista, rachou em República Tcheca e Eslováquia. A Iugoslávia foi totalmente esfacelada, sendo dividida em: Croácia, Eslovênia, Bósnia-Herzegovina, Macedônia e República da Sérvia e Montenegro.

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